Uma vez tendo descoberto o anime em questão, resolvi ler um pouco a respeito para definir um pouco mais minha opinião se valia a pena ou não baixá-lo. Qual não foi minha surpresa quando me deparei já tão absorta pela trama que acabei por ler tudo e conhecer o fim do anime sem sequer ter visto um episódio. Qual maior ela não foi quando eu percebi que saber como o mesmo acabava não representou a menor diferença e eu mal podia esperar para assistir tudo! E assisti compulsivamente.
A trama se inicia com o jovem frágil e individualista Amano Yukiteru, que não só não interage direito com o mundo ao redor, optando por apenas observá-lo e registrar tudo o que vê em um diário em seu celular, como ainda possui dois amigos "imaginários": Deus Ex Machina e Muru Muru. No entanto, Yukiteru logo é surpreendido com a notícia de que Deus Ex Machina é de fato o deus do Espaço-Tempo (que tem Muru Muru como seu assistente) e - como se isso já não bastasse - seu tempo está acabando e ele precisa de um sucessor. Para que isso seja possível, Deus cria um jogo no qual 12 participantes recebem diários do futuro (daí o nome do anime, que significa literalmente "Diário do Futuro"), cada qual com uma perspectiva única sobre o que ainda está por vir. A ideia básica é que os jogadores, se utilizando de seus diários, encontrem uns aos outros e se matem, sucedendo Deus Ex Machina aquele que permanecer vivo ao final. O que não significa necessariamente que todos tenham entrado no jogo por livre e espontânea vontade.
É óbvio que Yukiteru logo percebe a encrenca em que está, pois não tem a menor possibilidade de sobreviver à 11 atacantes levando em consideração sua total ausência de instintos e técnicas combativas.
O que não estava nos planos do protagonista (chamado de "Primeiro" por ter sido essa a ordem na qual recebeu o diário para participar do jogo) , no entanto, é que a Segunda, Gasai Yuno, nutrisse uma paixão avassaladora por ele e se comprometesse a protegê-lo, custe o que custar.
Grande parte da emoção de Mirai Nikki está no fato de que Gasai Yuno é uma personagem de extrema profundidade e complexidade, o que impossibilita que tanto os personagens quanto os espectadores saibam o que esperar dela. Em um momento, a garota apresenta uma personalidade doce e cativante, o que dá vontade de colocá-la no colo e levá-la para casa. No momento seguinte, a mesma é tomada por um ímpeto psicopata, que faz com que ela pegue a arma mais sanguinária que encontrar e saia destroçando todos aqueles que ameaçarem seu querido Yukki (e eventualmente aqueles que não representam ameaça alguma).
Amano Yukiteru, no início, é um personagem bastante sem graça, que é facilmente eclipsado, não só por Yuno, mas como por vários dos outros donos de diários (destaque para Uryū Minene e Kurusu Keigo, a Nona e o Quarto, que possuem grande peso na estória). Com o passar da série, porém, uma sequência de circunstâncias faz com que Yukiteru desenvolva e amadureça sua personalidade, chegando a surpreender, por vezes, com algumas escolhas que faz.
No fim das contas, Mirai Nikki é merecedor de 5 estrelas por seus personagens mais que interessantes, sua trama absolutamente bem amarrada (não consigo me recordar de nada que estivesse ali por estar), seu traço bem definido e atraente, além de uma trilha sonora excepcional, principalmente pela abertura da primeira parte, intitulada "Kūsō Mythology", interpretada por Yōsei Teikoku, que - confesso - me arrepia sempre que ouço. E, é claro, por Gasai Yuno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário